O dia 22 de maio é a data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para se comemorar o Dia Internacional da Biodiversidade, palavra que habita o imaginário nacional, seja para se pensar sobre a riqueza de recursos naturais que dispomos no país, seja para se conscientizar sobre a sua durabilidade e necessidade de preservação.
"O Brasil é um dos países mais biodiversos do mundo", com certeza, você se deparou em algum momento com esta frase. Acontece que nem sempre pensamos em biodiversidade no contexto amplo da palavra: comumente, vemos que o termo biodiversidade trata de diferentes espécies de plantas, animais e microrganismos, no entanto, ele também faz referência à proporção quantitativa dessas espécies numa comunidade, sua diversidade genética e à diversidade de ecossistemas. Desse modo, temos ciência de que estamos distantes de saber tudo sobre o assunto e as estimativas apontam para isso: acredita-se que 80% das espécies que temos atualmente no mundo são desconhecidas para a ciência, e as bactérias nem entraram nessa conta.
Conscientes do atual cenário, poderíamos pensar: temos um vasto mundo para descobrir ainda, e com o avanço da ciência logo poderemos fazer isso, certo? Infelizmente, a resposta é bem mais renunciadora do que poderíamos prever, devido a uma série de adversidades, das quais destacamos um grande e já conhecido problema: a extinção.
É impossível controlar as condições ambientais de forma que estejam sempre facilmente adaptáveis a todos os seres vivos, por isso, a taxa de extinção aceitável para que não haja perda massiva de biodiversidade é de 5 (cinco) espécies por ano, muito diferente do que temos na realidade, visto que este número é cem vezes maior, cerca de 500 (quinhentas) espécies são extintas por ano!
Um modo de tentar frear esse processo é o estabelecimento de unidades de conservação, como o Refúgio da Vida Silvestre Serra da Fortaleza – RVSSF. Criado em 2015, a RVSSF é uma reserva ambiental que cobre uma área de 489,72 hectares, e está localizada no município de Quirinópolis, no sudoeste do estado de Goiás. Este espaço é destinado à manutenção da biodiversidade local, servindo de abrigo para muitas espécies da região, incluindo espécies endêmicas.
Neste espaço, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) conduz diversas pesquisas e nas mais variadas áreas de especialidade, como as pesquisas botânicas, de solo, com artrópodes e com mamíferos, sendo estas realizadas pelo Lecobioma (Laboratório de Ecologia e Biogeografia de Mamíferos). Este laboratório, atualmente, possui membros de graduação e pós-graduação (nível mestrado e doutorado) e continuou com as suas atividades durante a pandemia, tomando todos os cuidados necessários.
A perda de biodiversidade afeta as relações ecossistêmicas, a manutenção de hábitats e, consequentemente, os recursos naturais. Portanto, o esgotamento de recursos acelera notoriamente a perda de espécies. Assim, cobrar políticas ambientais de conservação é nossa função enquanto sociedade que se orgulha de sua biodiversidade e que apoia a sua manutenção e preservação.